Educação
Inclusiva: quando o estudante deve ser atendido em suas necessidades de
aprendizagem? É direito ou não o estudante receber apoio diferenciado se não
tiver um diagnóstico? O laudo é obrigatório?
Quando
pensamos em Educação Inclusiva, e aqui nos referimos ao conceito previsto na
Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, de
2008, pensamos na escola como um espaço
de diversidade, que acolhe as diferenças e os diferentes ritmos de
aprendizagem.
Quando o
professor percebe que o estudante está apresentando um ritmo diferente do
esperado, é preciso que se aproxime
ainda mais e crie novas estratégias para checar e compreender os possíveis
motivos. Em um primeiro momento, é preciso identificar a natureza da
dificuldade. Portanto, conhecer,
acompanhar e entender as demandas individuais do estudante são atitudes
essenciais no processo de aprendizagem, em sala de aula.
Uma escola
inclusiva é uma escola que agrega, que precisa quebrar os paradigmas de que
todos aprendem da mesma maneira e ao mesmo tempo. Mesmo tendo um plano de
ensino igual para todos da turma, é possível que se utilize de vários caminhos
individuais para ensinar e promover aprendizagens que alcancem os objetivos de
ensino previstos na série.
Se ao
longo desse processo de acompanhamento, o professor observar outros aspectos
que impedem ou atrapalham o estudante de progredir e aprender, e que não são
possíveis do professor solucionar, este é o momento de partilhar com a família
para compreender melhor o que pode estar ocorrendo.
O diálogo
com a família precisa ser cuidadoso e
acolhedor. Reservar um momento, um espaço e um tempo qualificado para a
escuta e a partilha é importante, uma vez que informações delicadas podem ser
apresentadas. Mostrar à família o trabalho desenvolvido pela escola, com
evidências, ouvir as percepções dos pais com relação ao filho, pensar em
conjunto sobre o que pode estar acontecendo e levantar hipóteses juntos, pode
ser um caminho favorável em busca de soluções, investigações e tomadas de
decisão. Aliás, é direito da família participar do processo de acompanhamento
escolar do estudante, bem como participar da definição das propostas
educacionais, conforme o ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente, no
artigo 53, e a LDB - Lei de Diretrizes e
Bases, no artigo 14, declaram.
Quando se
identifica que uma avaliação de um profissional especializado trará outras
informações relevantes, é possível e importante que a escola sugira esse apoio
externo. Durante a comunicação, ter uma
linguagem mais acessível e simples também ajudará na compreensão das demandas e
fortalecerá a parceria entre escola e família. A gestão da escola precisa estar
ciente, acompanhar e orientar o trabalho do professor e apoiá-lo nos momentos
de diálogo com a família também. Assim, se estabelece um clima de segurança e
confiança importante entre todos os envolvidos.
A questão
de diagnósticos, laudos médicos, portanto, não são condição para que o
estudante receba apoio imediato na escola. Entretanto, quando o estudante tem
alguma deficiência ou superdotação e altas habilidades, ele tem o direito de
receber o atendimento educacional especializado no contraturno, em sala de
recursos multifuncionais, sendo considerado então estudante da modalidade de
educação especial. O laudo é um documento da área da saúde, portanto seu foco
não é a educação. Essas documentações oficiais, como laudos e relatórios,
agregam informações acerca do desenvolvimento do estudante e por isso, otimizam
e facilitam a compreensão do que acontece e assim, ajudam os profissionais da
escola a escolherem as estratégias mais adequadas para apoiar o estudante em
suas aprendizagens. Porém, a escola não deve obrigar e nem condicionar esse
apoio pedagógico mediante apresentação de laudos. A educação é um direito de
todos!
Alguns
tipos de estratégias para fortalecer a relação família-escola: aproximação e abertura para o diálogo e para
a escuta, estabelecendo vínculos, demonstração de interesse em conhecer e saber
mais sobre a criança, a família aproximar da escola os especialistas que
atendem o filho, a família contribuindo para a ampliação de conhecimentos do
professor sobre as condições do filho trazendo materiais de apoio, oferecendo
algum tipo de ajuda, acolhida da escola
aos profissionais que podem colaborar no processo de aprendizagem, criando um
clima de “todos pela criança”. As aulas
remotas têm sido um desafio, mas é possível manter o vínculo com a família
mesmo à distância, por meio de encontros virtuais, intensificando esses
momentos de troca de informações, aumentando a periodicidade de reuniões e
partilhas.
Portanto,
diante dessas considerações, é possível concluir que todo estudante tem direito
ao apoio em sala de aula regular de ensino ao apresentar dificuldades e
necessidades de aprendizagem. Para participar do atendimento educacional
especializado no contraturno das aulas, o estudante precisa ter algum
diagnóstico de deficiência e o laudo é um documento importante nesse contexto.
Texto
construído a partir da Live com Marina Stucchi, Inclua Assessoria Educacional,
e Samantha Oliveira, Dislexia TDAH Amor de Mãe.
Crédito da
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